Barbed Wire Dolls

O apelo comercial pelo sexo ou violência também são marcas registradas deste “gênio” do camp. A tática negocial era simples, se a idéia anterior deu certo vamos usá-la novamente com um toque a mais. Uma nudez a mais, um sangue a mais. E foi assim mesmo. Toda a trajetória do cineasta foi pautada pelos recursos paupérrimos com produções que visavam somente ao lucro. Neste caso, o dinheiro era revertido para novas produções, um compulsivo assumido na arte de fazer cinema.
Um marco na trajetória de Franco é Barbed Wire Dolls. Além do início da famosa parceria com o produtor suíço Erwin C. Dietrich, o filme tem Lina Romay como protagonista. Aqui vai uma observação bem pessoal, Romay tinha charme e no início a cara de ninfetinha foi um achado, mas compará-la a musa anterior, Soledad Miranda, é pecado. Soledad... Bem, Soledad Miranda é uma das criaturas mais bem acabadas que já tive o prazer de ver (em tela pequena, é claro) na vida.
Mas o assunto é Barbed Wire Dolls. O filme é bem melhor que qualquer WIP (Women In Prison) mais apelativo que Franco veio a fazer depois. Love Camp e Women in Cellblock 9 são mais fortes, tem mais sexo, mas não tem o charme de Barbed. A trama gira em torno de Maria da Guerra (Lina Romay, lembrando uma jovem Fernanda Torres) mandada a prisão perpétua por ter matado o pai que tentou estuprá-la. A prisão é uma fortaleza em uma isolada ilha tropical e é vigiada por homens e mulheres em uniforme verde-oliva. Neste cenário, Maria vai sofrer e presenciar todo tipo de barbaridades. Cansada, acaba matando um doutor e fugindo com mais duas amigas: Bertha (a bela Martine Stedil) e a retardada Rosário (Beni Cardosi). Uma curiosidade, em Island Women de Erwin C. Dietrich, a cena da fuga é idêntica, o detalhe é que no filme de Dietrich as prisioneiras estão completamente nuas.
De resto, muita, mas muita nudez e algumas cenas de sexo. A violência, diga-se de passagem, é ousada na intenção e contida na execução. Há ainda uma diretora de prisão bem malvada (a belga Monica Swinn, em atuação pra lá de exagerada) que comanda as torturas e usa algumas prisioneiras pra saciar seu apetite sexual. O uso constante de zooms (uma das marcas de Franco) e uma cena lúdica com Franco, como o pai de Maria, fazem deste Barbed Wire Dolls um clássico absoluto e obrigatório para os apreciadores do sleaze. Como se não bastasse, há a presença de Eric Falk, como o cruel Nestor, e belas guardas com os seios a mostra. Obrigado, Tio Jess!
Ponto Alto: a trilha sonora é, digamos, apropriada.
Ponto Baixo: as cenas de fuzilamento ficaram fake demais. E olha que estamos falando dos padrões Franco de qualidade.
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