Funny Games
Michael Haneke é mesmo um diretor acima da média. E só descobri o cara agora por meio da minha atenciosa e sempre antenada amiga, Jamile. Bem, vamos falar de Funny Games, esta pequena obra-prima recheada de sarcasmo e violência. A trama é absurdamente simples – Anna (Susanne Lothar), Georg (Ulrich Mühe) e o filho pequeno são torturados por dupla de malucos, em bela casa de veraneio. É só isso mesmo, mas além da tortura com aquela frieza européia- aquele desprezo blasé em seu exagero psicológico -, ainda há uma infinidade de alegorias propostas.
A tortura é extremamente cruel sem razão de ser – a interpretação mais teórica fala do exagero para ridicularizar as situações exploradas pela cultura de massa. Vários temas são abordados – religião (a oração forçada de Anna é de doer o coração), MTV, a bagaceira do punk se sobrepõe aos acordes de uma ópera ou de uma música clássica. Grosso modo, pode-se falar naquela tão combalida cultura popular engolindo e reconstruindo o processo cultural puro. Proposta ousada que aqui se sustenta sem maniqueísmos.
A despeito de todo o empirismo, como cinema também vale a satisfação. O diretor brinca com o espectador não apenas nas colocações de metalinguagem, mas a angústia toma proporções gigantescas quando os personagens têm a falsa impressão de uma escapatória. Nós também somos torturados com requintes de crueldade.
Enfim, o filme não é para todos os gostos, mas vai fazer diferença para quem aprecia aquele cineminha europeu aguçado. Ora, nem tanto assim, afinal o próprio Haneke entregou este ano a versão clean desta produção realizada em 1997 (não tem nem 10 anos). Agora com a ajuda de gente como Tim Roth, Naomi Watts e Michael Pitt. Dispenso a reeleitura e fico com a angústia macabra e inteligente do original.
Ponto Alto: o malucaço Paul (Arno Frisch) dá show.
Ponto Baixo: não gosto da ironia da metalinguagem. Entendo a proposta, mas a cena do rewind não entra de jeito nenhum.
A tortura é extremamente cruel sem razão de ser – a interpretação mais teórica fala do exagero para ridicularizar as situações exploradas pela cultura de massa. Vários temas são abordados – religião (a oração forçada de Anna é de doer o coração), MTV, a bagaceira do punk se sobrepõe aos acordes de uma ópera ou de uma música clássica. Grosso modo, pode-se falar naquela tão combalida cultura popular engolindo e reconstruindo o processo cultural puro. Proposta ousada que aqui se sustenta sem maniqueísmos.
A despeito de todo o empirismo, como cinema também vale a satisfação. O diretor brinca com o espectador não apenas nas colocações de metalinguagem, mas a angústia toma proporções gigantescas quando os personagens têm a falsa impressão de uma escapatória. Nós também somos torturados com requintes de crueldade.
Enfim, o filme não é para todos os gostos, mas vai fazer diferença para quem aprecia aquele cineminha europeu aguçado. Ora, nem tanto assim, afinal o próprio Haneke entregou este ano a versão clean desta produção realizada em 1997 (não tem nem 10 anos). Agora com a ajuda de gente como Tim Roth, Naomi Watts e Michael Pitt. Dispenso a reeleitura e fico com a angústia macabra e inteligente do original.
Ponto Alto: o malucaço Paul (Arno Frisch) dá show.
Ponto Baixo: não gosto da ironia da metalinguagem. Entendo a proposta, mas a cena do rewind não entra de jeito nenhum.
2 Comments:
muito louco esse um... austríaco, né? assisti no brasília há muito tempo... violência crua, desnecessária... pretty much clean... gostei
bem vindo ao clube do haneke, então, juarez. E já que gostou da experiência funny games, experimente agora o benny's video, com o mesmo arno frisch. É de dar medo a frieza com que as personagens enfrentam uma situação inusitada e profundamente trágica.
grande abraço,
Jamile.
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