20 de outubro de 2007

Island of Death


O filme é uma coleção de pequenas bizarrices com uma temática meio torta, que tenta fazer críticas ao puritanismo ou a instituições mais conservadoras como a igreja. Tudo bem! Mas o lance é que a pretensão, a falta de recursos e a maluquice dos realizadores (deveria ser distribuído ácido antes das gravações) deixam a coisa com um ar lisérgico e fake demais. A trama é a seguinte: casal inglês vai parar em uma ilha paradisíaca na Grécia e tentar limpar o lugar das influências ruins. Qualquer tipo de comportamento fora do convencional será punido com violência pelos justiceiros do bem. Mas o cara é atormentado e também tem de lidar com suas taras – faz uma zoofilia com uma cabra e depois a mata, pois a bichinha é a culpada de tudo. Lógica zero...

Pois bem Christopher (Bob Behling) e Celia (Jane Ryall) ainda matam um restaurador francês que queria fornicar com a moça, um policial (ou detetive) negro que sai de Londres no encalço da dupla e acaba morto ao estilo James Bond, um casal de gays que acabou se de casar, uma lésbica junkie, uma viúva rica e pervertida etc. Em meio a tanta justiça, a moça fica atormentada e pensa em desistir, mas Christopher insiste na idéia de deixar lugar limpo. Lá pelas tantas, Célia sofre um a tentativa de estupro por parte de dois hippies e Chris tem de resolver o problema da forma mais convencional possível. Depois da reviravolta final, os dois são acolhidos por um humilde pastor de ovelhas. E como o desfecho já tinha sido revelado no início do filme, ficamos por aí.

Realizado em 1975 por um grego doido chamado Nico Mastorakis, o filme é até fácil de ver, mas não diz nada e não leva a lugar nenhum. Não é plástico o suficiente como poderia se esperar de uma produção setentista pouco convencional; nem, tampouco, inteligente em sua ironia, como o diretor pretendia. Entretanto, se tivéssemos um protagonista no estilo maluco-carismático tudo será amenizado. Nada feito, pois o tal Bob Behling deveria estar mesmo muito doido e sua atuação é apenas caricata. Pois é, nem a beleza das paisagens gregas salva o filme. Tem gente que gosta – ganhou estrela de cult, mas na minha humilde opinião o lugar de Island of Death é mesmo no ostracismo.

Ponto Alto: a música folk dá um tom acertado ao clima lisérgico da produção.

Ponto Baixo: sabe qual a grande revelação final? Celia e Christopher são irmãos. Não, isso não. Nossa, relação incestuosa. Estou chocado até agora! Fala sério - esse detalhe não acrescentou nada. Dispensável.