Falcões da Noite
Filme policial estiloso e casca grossa ambientado em uma úmida Nova Iorque no início dos anos 1980. Astros de primeira linha, violência sem frescura e ainda uma trama de terroristas com atentados na Europa. Falcões da Noite é um filme bom, mas não passa disso, pois em momentos cruciais da trama seus realizadores optaram por lançar mão de uma ironia que pode soar agressiva a quem curte o gênero. Particularmente, não gostei de certas resoluções que tiraram o foco do contexto violento e sério que pautava a obra até então. Pensando com calma, depois da cena do teleférico – estilo 007 fanfarrão - tudo já tinha ido por água abaixo mesmo e a tal “sacação final” apenas pôs fim a quem, assim como eu, ainda acreditava em alguma redenção.
Pois bem, vamos falar das flores. Stallone faz o cana barra pesada Deke DaSilva - veterano da guerra do Vietnã, cheio de marra, que marca território com o cabelo grande, a barba e o inseparável casaco de couro. Seu parceiro de polícia é outro poço de estilo, o bruto Matthew Fox (o galã Billy Dee Williams) – os dois vivem armando botes em traficantes e ladrões dos bairros mais violentos de Nova Iorque. Fazem um excelente trabalho, mas são rechaçados constantemente pelos superiores. A propósito, DaSilva está em uma fase de reconciliação com a ex-mulher Irene (vivida pela famosa Lindsay Wagner, em papel pequeno). Do outro lado da linha, temos o terrorista Wulfgar (Rugter Hauer, sempre mesclando elegância e agressividade na dose certa) que depois de aprontar nas ruas de Londres e Paris se manda para Nova Iorque para fazer valer uma lógica política precipitada mal explicada no filme. Wulfgar ainda conta com o apoio da bela Shaka (Persis Khambatta).
O diretor Bruce Malmuth - que, entre outros, fez o figurinha carimbada da sessão de gala Onde Estão as Crianças? e também Difícil de Matar com Steven Seagal - sabe criar estilo, mas tem mão frouxa na condução da trama. A despeito de tudo nos deleitamos com cenas pra lá de icônicas, como a perseguição que se inicia na boate e termina na estação do metrô e a canastrice de Stallone fazendo beicinho ao receber a notícia de que em uma situação de risco pode haver a possibilidade de ferir alguém para deter o tal terrorista. No fim, o saldo positivo se deve a bela construção de algumas seqüências. Mesmo assim, não vale a consciência pesada, pois se nem os realizadores levaram o filme a sério, não é o publico que os vai redimir!
Ponto Alto: Billy Dee Wiliams faz o coadjuvante dos sonhos de todo o protagonista – dá uma força, se machuca, mas sua presença no fundo pouco acrescenta – nada sabemos sobre o personagem ao longo trama. No caso de Falcões da Noite, ele apenas impregnou os frames de estilo.
Ponto Baixo: as cenas de drag queen.
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