Cidadão X
A história da caçada da polícia soviética ao insaciável serial killer Andrei Chikatilo deu um excelente telefilme com gente do porte de Stephen Rea, Donald Sutherland e Max von Sydow no elenco. Na verdade, a história é focada nas perrengas enfrentadas pelo médico-legista Viktor Burakov (Rea) elevado à condição de investigador e perseguidor do mais cruel assassino da cortina de ferro, que matou mais de 50 jovens nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Toda a investigação passava pelo crivo do partido comunista e os problemas eram muitos, não só pelo ponto de vista ideológico, mas principalmente pelas limitações estruturais.
O filme faz severas críticas ao sistema comunista e uma coisa ou outra ainda parece provocação gratuita (uma vez que Citizen X é de 1995), mas é evidente a falta de tato por parte do governo soviético para enfrentar um monstro como Chikatilo (aqui vivido com a angústia necessária por Jeffrey DeMunn). Mas será que é simples enfrentar um homem que leva uma vida aparentemente normal, mas para saciar um instinto bizarro ou uma frustração deplorável molesta e mata crianças? Definitivamente não, uma vez que do lado de cá da ficção, países ricos sofrem com a profusão destes monstros sociais, cuja imprevisibilidade da atuação torna praticamente impossível qualquer ação de prevenção. O que países com um aparato tecnológico melhor e um banco de dados mais completo geralmente faz é identificar e tirar de maneira mais célere o serial killer de circulação, pois no caso de Chikatilo o próprio governo soviético se negava a acreditar na existência de um assassino tão brutal – o que realmente dificulta e muito qualquer trabalho.
Apesar de detalhes como o fato de todos falarem inglês na União Soviética (isto me causa incômodo desde Casa dos Espíritos) e o protagonista ser um ser humano composto apenas de virtudes deixarem a produção com a cara da boa e velha dialética maniqueísta do cinema americano, isto não estraga o fato de Cidadão X ser uma produção intrigante e muito bem realizada. Na verdade, o que importa é que o filme é bem conduzido e deixa o espectador ligado até os créditos finais. E olha que estamos falando de uma produção feita para a televisão. Merece e muito ser descoberto.
Ponto Alto: Donald Sutherland como o oficial irônico que agiliza por baixo dos panos as coisas para o esforçado Burakov destila talento. E olha que o pai do nosso querido Jack Bauer levou no piloto automático.
Ponto Baixo: A entrada do psiquiatra interpretado por Sydow, que cria o tal relatório Cidadão X com o perfil psicológico do assassino é feita de supetão. A importância do personagem é fundamental na trama, entretanto ele é muito mal explorado.
4 Comments:
olá sou irmã do paulo de tarso, ele me indicou seu blog... gostei de seus argumentos, apesar de não concordar com alguns deles. Quem sabe não podemos trocar idéias sobre a sétima arte? Meu blog é : ocaosdainformacao.blogspot.com
divirta-se
abraços paula
Valeu Paula. Também dei uma passada no teu blog e gostei do que vi.
Legal o post sobre as transformações dos astros para encararem seus personagens no cinema... Vc apenas se esqueceu do caso clássico de De Niro em Touro Indomável. :-p
Saudações e manda um abraço pro teu irmão.
é lógico, sou fã dele!! Já viu o filme dele e do al pacino... não perde, é no mínimo interessante...
dou seu recado, ou melhor, seu abraço!
até...
Seja muito bem-vinda.. vou te adicionar nos meus favoritos!
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