2 de outubro de 2008

Abre Los Ojos


Quando Tom Cruise e Cameron Crowe realizaram Vanilla Sky todos acharam o filme diferenciado e correram atrás do original, idealizado por Alejandro Amenábar e protagonizado por Eduardo Noriega um tempinho antes. Muitos se frustraram com o filme espanhol, mas o preconceito é infundado, pois, apesar da versão americana ser mais bem realizada (produção caríssima e tal), é fato que não é mais interessante (e muito menos original, obviamente) que seu antecessor. Enquanto Tom Cruise - apesar de qualquer preconceito que se possa ter contra o cara - passeia quando posto em comparação com o nosso eterno platinha queimada Noriega, Cameron Diaz definitivamente não é melhor que sua rival latina (Najwa Nimri) e no duelo Fele Martínez versus Jason Lee sugerimos um empate técnico com ligeira vantagem para o americano. Como Penélope Cruz é a tal musa Sofia nas duas produções e o personagem do psquiatra tanto faz como tanto fez, deixamos o desempate para outro diferencial que é o clímax do filme. E aqui é inegável que o original é mais sustentável que seu primo rico. Sem falar que ter a idéia original também conta pontos e, dessa forma, o ouro vai para Amenábar.


Novamente acompanhamos a trajetória do playboy mulherengo (mas sensível e inteligente) que se vê diante de um dilema ao comer o pão que o diabo amassou depois que fica deformado por conta de um acidente. Ele tinha tudo e com o rosto destruído desliga-se de um mundo no qual sempre reinou como protagonista. Ele não sabe lidar com a sensação de ser desagradável, e aí parte para um tratamento nada convencional. O bom do filme é que a galera com menos de 40 anos vai se identificar com dilemas como envelhecimento, eternidade, beleza, desejo, dinheiro, sexo... Um estudo superficial e deliciosamente pop, mas que inegavelmente causa reflexões. Não é mania de moleque metido a indie não, mas que este pequeno clássico moderno fica ainda mais autêntico e charmoso com sotaque latino isso fica. Pode acreditar!


Ponto Alto: Penélope Cruz quando fala espanhol é mesmo uma atriz diferenciada. É aqui ela se sobressai.


Ponto Baixo: o roteirista teve uma idéia, colocou no papel e viu que o negócio era bom pra ser filmado, entretanto a produção, nitidamente sentido o peso da falta de dinheiro, acaba por exagerar na improvisação em certos momentos. E é nesses momentos que refletimos como a máquina hollywoodiana sabe mesmo tornar mais críveis as fantasias.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Esse é o único filme que falta assistir do Amenábar. Gostei de todos os outros. O inventivo thriller Tesis, o surpreendente Os Outros e o devastador Mar Adentro. Quero ver esse filme, tanto por ser desse diretor, como para se preparar antes de ver Vanilla Sky, já que não vi ele também. Bom blog, com filmes interessantes que você resenha. vou adicioná-lo aos meus favoritos. Abraço!

9:55 PM  
Blogger Marcela Lima said...

Este filme é antigo? Nunca ouvi falar dele, ou estou muito desinformada..rsrs.Você disse que ele nos causa uma reflexão, mas ele é emocionante, vale a pena assistir ou não?
Abraços! =D

8:51 AM  

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