7 de dezembro de 2008

Ebola Syndrome


Filme realizado para um público que não se incomode em entrar na tosqueira exagerada proposta pelo cineasta. A estória recheada de situações de mau gosto conta a torta trajetória de um chinês que após realizar um triplo homicídio em Hong Kong vai tentar a sorte em restaurante na África do Sul e acaba por contrair o vírus Ebola. O detalhe é que o cara é tão escroto que tem imunidade ao Ebola, mas se transforma em um hospedeiro dos mais indesejados. O filme é um festival de extravagâncias, o que justamente torna a obra, se não divertida, ao menos curiosa. Vamos a alguns momentos que desde sempre fazem parte da antologia asiática do cinema extremo: o vilão se masturba com um pedaço de carne de porco e depois os serve aos clientes do restaurante, as crises com as pessoas se debatendo e babando por conta do Ebola merecem aplausos de tão ruins, o vilão adquiri o ebola ao estuprar uma moribunda (ela tem espasmos durante a penetração e o cara fica com dificuldade de, digamos, desfazer o ato sexual), os hambúrgueres feitos com carne de gente morta e por aí vai.

Em contraposição, vale citar algumas tomadas diferentes do corpo humano - mais especificamente, a boca, repleta de saliva e vírus. Idéia legal e bem apresentada. Mesmo assim, o filme quis e decididamente faz jus ao rótulo de trash. Para quem quiser rir ou ficar de estômago embrulhado com o show de escatologias este Ebola Syndrome é imperdível. O chauvinismo do protagonista e o preconceito fanfarrão contra negros, brancos e os próprios asiáticos podem mexer com os brios dos críticos mais sensíveis, mas decididamente este tipo de cinema não foi produzido para os mais sensíveis.

Ponto Alto: o protagonista sempre agitado é um achado. O diretor Herman Yau e Anthony Wong trabalharam no famigerado The Untold Story um pouco antes e aqui dão mais uma prova da afinidade da dupla.

Ponto Baixo: a cena da garotinha dividindo um doce com seu cachorrinho provoca náuseas, mas apresenta um gancho que definitivamente não tem nada de diferente do convencional.