O Curioso Caso de Benjamim Button
Quem viu o novo filme de David Fincher com certeza vai o comparar a Forrest Gump. E a semelhança com a obra de Zemeckis não é à toa – os roteiros foram concebidos pelas mesmas mãos. No caso, as mãos de Eric Roth. Não sei se isso é bom ou ruim – pois apesar do inegável talento em dar vida a personagens fascinantes - Roth enfraquece o foco deste Benjamim Button, que é a ação implacável do tempo. E há outras peculiaridades que detonam com a pretensão épica idealizada por Fincher: a estrutura narrativa não é nada inventiva (e, como diz um amigo, lembra Titanic), a maquiagem e os efeitos comprometem qualquer verossimilhança (tudo bem que o tom era de fábula, mas fica o registro) e certas “liberdades poéticas” são, no mínimo, inadequadas (aceito sugestões para seqüências mais piegas que a do beija-flor).
Mesmo assim, justiça seja feita – as quase três horas de projeção jamais se tornam enfadonhas e a premissa é interessante demais. Também é preciso ressaltar que um pouco de altruísmo não faz mal a ninguém. O Curioso Caso de Benjamim Button prega virtudes e a mensagem de “viva o presente” é extremamente adequada para os dias atuais. Sem falar que, a despeito da inconsistência do roteiro, saímos realmente intrigados com a ação irremediável do tempo em nossas vidas. Isso eu comprovei em ver o rosto enrugado da personagem mais gratuita da trama, a leitora-de-diários vivida por uma das minhas paixões de adolescência, Julia Ormond.
No elenco, destaque para o charme e elegância de Cate Blanchett. Brad Pitt está bem e acho legal a idéia de criar expectativa para ver o ator de “cara limpa”. A seqüência do ataque suicida ao submarino é magnífica e as cenas de dança são extremamente bem realizadas, com exceção daquele encontro lúdico e brega à meia luz. Enfim, um filme bom e do bem, mas enfraquecido pela pretensão napoleônica de seu principal realizador.
Ponto Alto: Benjamim Button, agora quase um garoto, vislumbra o corpo desgastado da sua amada Daisy. Cena realmente deslumbrante.
Ponto Baixo: a invencionice narrativa da seqüencia do atropelamento em Paris não leva a lugar nenhum.
Mesmo assim, justiça seja feita – as quase três horas de projeção jamais se tornam enfadonhas e a premissa é interessante demais. Também é preciso ressaltar que um pouco de altruísmo não faz mal a ninguém. O Curioso Caso de Benjamim Button prega virtudes e a mensagem de “viva o presente” é extremamente adequada para os dias atuais. Sem falar que, a despeito da inconsistência do roteiro, saímos realmente intrigados com a ação irremediável do tempo em nossas vidas. Isso eu comprovei em ver o rosto enrugado da personagem mais gratuita da trama, a leitora-de-diários vivida por uma das minhas paixões de adolescência, Julia Ormond.
No elenco, destaque para o charme e elegância de Cate Blanchett. Brad Pitt está bem e acho legal a idéia de criar expectativa para ver o ator de “cara limpa”. A seqüência do ataque suicida ao submarino é magnífica e as cenas de dança são extremamente bem realizadas, com exceção daquele encontro lúdico e brega à meia luz. Enfim, um filme bom e do bem, mas enfraquecido pela pretensão napoleônica de seu principal realizador.
Ponto Alto: Benjamim Button, agora quase um garoto, vislumbra o corpo desgastado da sua amada Daisy. Cena realmente deslumbrante.
Ponto Baixo: a invencionice narrativa da seqüencia do atropelamento em Paris não leva a lugar nenhum.
5 Comments:
oi juarez, com certeza é um filme muito bem feito, acho que é necessário se deixar levar por alguns tropeços do roteiro (fábula é fábula, mas não é para tanto).O que me marcou mesmo foi a atuação da mãe adotiva de benjamim, ela está ótima. recomendo um filme super bacana que assisti sobre o nazismo: AMÉM. O QUE ACHOU DE ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO?
abraços sinceros dza paula
Este comentário foi removido pelo autor.
Oi Paula. Como vai?
Pois não vi Amém, sei que é do Costa-Gravas e fala da relação da igreja com o nazismo (é isso mesmo?!). Tem um filme antigo do cara, o famoso "Z" (hoje tá meio envelhecido e até parece um pouco ingênuo, mas ainda assim vale a pena). Também não vi o Antes que...já ouvi coisas boas, mas ainda não vi.
Abraçao procê!
Nossa, na hora q eu tava vendo, pensei exatamente isso, Forrest Gump total! Não sabia q era o mesmo roteirista..
Enfim, achei bom, a idéia do filme é muito interessante, mas ficou aquele gostinho de algo já visto antes.
abração!
GOSTEI MUITO DO FILME, FALA SOBRE ALTERIDADE ENTRE AS DIFERENÇAS, DE IDADE, RAÇA. ASSISTI COM MINHA AMIGA
PAULA. ELA QUEM DIGA!!! BJOS
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