11 de junho de 2006

O Pássaro das Plumas de Cristal


Em seu primeiro trabalho, Dario Argento já dava mostras da sua genialidade. Realizado em 1970, O Pássaro das Plumas de Cristal é considerado o precursor derradeiro do giallo - gênero que foi o berço dos slahers movies tão comuns na década de 1970 e 1980. Neste legítimo thriller, Argento usou e abusou das mais diversas referências hitchcockianas e ao estilo do mestre apresentou um filme extremamente simples em sua concepção, mas uma verdadeira pérola em sua realização.

Impossível não se identificar com o escritor boa-praça americano Sam Dalmas (Tony Musante), que está há dois anos na Itália em busca de inspiração. Ao presenciar uma tentativa de assassinato em uma galeria de arte, ele faz às vezes de detetive e, obviamente, acaba sendo perseguido pelo assassino. O cara expõe a namorada (Suzy Kendall), compromete sua viagem de volta aos EUA e passa por situações de arrepiar mesmo o mais durão dos detetives. Mesmo assim não desiste da empreitada, sem nunca perde o bom humor ou abandonar sua indefectível jaqueta de couro.

Aliás, o bom humor é tão bem empregado que simplesmente complementa o clima do filme. Olha que sinceramente não sou fã de toque de humor em obras violentas, mas neste caso simplesmente não soa forçado. Os assassinatos são encenados e editados magistralmente Há ainda a galeria de personagens fantásticos, como o gigolô que fica repetindo "so long" e o pintor maluco. Enfim, tudo parece uma deliciosa e imperdível brincadeira de muito bom gosto. O jogo de transparência (com espelhos, marca de Argento) também não poderia faltar. Ia me esquecendo do desfile de mulheres bonitas, como prega o bom cinema italiano. Precisa mais?

Ponto Alto: a referência explícita em tom de homenagem ao A Dama Escarlate.

Ponto Baixo: apesar de um dos charmes do filme estar na sua simplicidade, a reviravolta para revelação da identidade do assassino é óbvia demais. Talvez não seja culpa de Argento, mas das imitações que vieram depois... Mesmo assim, fica o registro.

6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Grande filme,mas para mim o ápice de Argento é mesmo PROFONDO ROSSO, de 1975, obra prima absoluta.

2:34 PM  
Anonymous Anônimo said...

Muito bom esse teu blog. Descobri através do Mondo Paura.

4:08 AM  
Blogger Juarez Junior said...

Fernando... grande garoto. Tenho até vegonha de falar, mais ainda não vi o Profondo Rosso! Mas tenho certeza que é obra-prima. Só ouço e leio elogios.

Davi, fique à vontade pra fazer os comentários que quiser. Muito obrigado pelo elogio!

12:05 AM  
Anonymous Anônimo said...

"Prelúdio para Matar" é um senhor filme, sim, mas aquém dos recentes "Do You Like Hitchcock?" e "Jenifer", e dos dois primeiros capítulos da trilogia das três mães, que para mim são as obras-primas do Argento. Vou ter que admitir que prefiro até "Tenebre" ao "Profondo...". Ainda não vi alguns filmes dele como "Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza", "Terror na Ópera", "O Fantasma da Ópera" e "O Jogador de Cartas", mas isso é algo que pretendo corrigir em breve.

5:08 AM  
Blogger Juarez Junior said...

Quase certo, Rodriguinho. Quem dirigiu o famoso Demons foi Lamberto Bava, mas Argento produziu e co-escreveu o roteiro. Então, participação muito importante, né?!
Vc é o cara!

3:38 PM  
Anonymous Michael Carvalho Silva said...

Clássico absoluto do lendário Dario Argento com o ótimo e carismático galã e astro americano Tony Musante perfeito no papel principal brilhando imperioso ao lado do gostoso e sensual símbolo sexual masculino e italiano Enrico Maria Salerno e das duas esplendorosas belezas européias Eva Renzi e Suzy Kendall no auge de suas respectivas deslumbrâncias femininas.

9:59 PM  

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