Alerta – Brasília 18%
Vou interromper a manutençao habitual do blog para um alerta. Nunca vejam esse Brasília 18%! Os comentários a seguir não pretendem atingir ninguém, apenas zombar de um projeto artístico mal intecionado e pessimamente realizado. Vamos aos fatos.
Esse é o PIOR filme brasileiro que já tive o desprazer de ver na minha vida. Constrangedor de tão ruim. Para começo de conversa, como cidadão brasiliense me senti revoltado com tamanho despautério no retrato simplório da minha cidade. Fotografia marrom mostrando a seca no inverno e trama nos bastidores sujos da política. Nossa, que original! Nos letreiros de abertura aparece o nome de Bruna Lombardi com a seguinte destinação: Participação Afetiva. Realmente não é para ser levado a sério.
Quase saio no meio da sessão com aquela prostituta paulistana expressiva pra caramba em um debate na porta de um quarto de hotel com nosso amado protagonista Carlos Alberto Riccelli. O cara só atua com os olhos. É um gênio.....Acho que passei a ver o cinema de modo diferente depois de Brasília 18%. Passei a ver como uma grande farsa!
No menu, ainda uma infinidade de erros de continuidade que até um cego consegue vislumbrar e personagens com nomes representativos da nossa cultura. Verdade isso... O protagonista se chama Olavo Bilac e é um médico legista. Tem uma lenda urbana maldosa que diz que o poeta (o original, claro!) era necrófilo. Não sei se foi proposital, mas, junto com Sinfonia de Brasília, essa ironia foi a única razão que me fez agüentar a tortura até o fim.
Não consigo entender a participação de Carlos Vereza e Othon Bastos em um projeto deste. E Bete Mendes?! Como um ícone da nossa filmografia, como Nelson Pereira dos Santos, pôde cometer um atentado desses? Estou chocado, por trás de tanta sarcasmo há muita revolta em relação aos desdobramentos do cinema nacional.
Desculpe a revolta, mas quando Evandro Mesquita inventa um sotaque a lágrima quase caiu! E o roteiro disso? Piada, só pode ser! .
Quanto a vocês meus amigos: FUJAM! FUJAM!
Detalhe – a cena da CPI com a participação do parlamentar Machado de Assis faz qualquer ser humano corar de vergonha.
8 Comments:
Juarez,
Tudo bom? Sou amigo recente dos Ormonds e o Carlos me recomendou que eu desse uma olhada na sua resenha porque segundo ele era exatamente o contrário do que eu tinha descrito. Ele não podia estar mais certo. :D Me desculpe, mas eu estou uns 180 graus pra lá, considerando Brasília 18% uma obra-prima. Vou tentar arrolar meus motivos antes que você tenha um enfarte (risos):
- A inexpressividade do Riccelli, ator coerente em sua carreira (vem não-atuando há cerca de trinta anos) é quase totalmente diluída na apatia original do personagem, que realmente não tem nada a mostrar de emoção, a não ser quanto tem seus delírios sexuais de terceiro grau;
- Prostitutas "de menor" em geral não são muito expressivas, pelo que eu vejo nas ruas de Copacabana. Elas ainda estão se acostumando com a violência e têm um misto de inocência e medo no olhar que eu enxerguei direitinho naquela menina, que me pareceu perfeita. Além, é claro, de já desenvolverem a naturalidade do gestual pseudo-sensual inerente à profissão;
- Tirando o pseudo-sotaque do Evandro Mesquita (concordo com você e acho aquela uma das falas mais constrangedoras da história do cinema nacional), a elite política brasileira (incluídos aí os jornalistas que se nutrem das fontes do poder, e outros profissionais como aquele cineasta picareta) é exatamente aquela nojeira que aparece: um misto de desapego ao país ("Eu odeio os trópicos" é o melhor bordão que eu já ouvi desde a retomada do cinema brasileiro), de puxa-saquismo ("Ah, eu também não me adapto muito a esse clima"), de clássica corrupção, de pseudo-intelectualidade ("Minha terra tem dinheiros onde canta o dinheirô"), de bandidagem rasteira, fuleira, aclichezada e tristemente cotidiana.
Eles mandam matar, seqüestrar, caluniar e estuprar como qualquer organização criminosa que se (des)preze, a despeito de qualquer legitimidade eleitoral "a priori" ou, no caso dos jornalistas, da propalada tentativa de isenção. E quanto ao cineasta picareta, fiquei felicíssimo por finalmente darem uma função social ao chatíssimo Michel Melamed, que aparece fazendo o próprio papel: de artista sem talento e sem carisma cujo único mérito é a capacidade de se relacionar bem, aplicando competentemente seu marketing pessoal.
Em suma, desculpe me intrometer, mas não vejo nem 10% dos descalabros que você citou. Tenho a impressão de que era o seu estômago que não estava preparado pra ser esvaziado dolorosamente depois de duas horas de socos daquele mundo-cão. Mas eu particularmente não troco os 5 piores minutos do filme pela crônica menos sem-graça da hiper-repetitiva "A Vida Como Ela É".
Aliás, nunca vi a miséria humana da elite política brasileira ser tão bem retratada. Só senti falta de um ombudsman no filme, tipo a Heloísa Helena, pra quebrar o turbilhão de nojeira. Enfim, Nelson escolheu o Riccelli como único redimido da história, como bem apontou a crítica do Jornal do Brasil. Uma pena, mas não eclipsa a coragem de mostrar que o poder em Brasília nada mais é do que uma rede de quadrilhas como outra qualquer, só que com foro bem mais privilegiado do que qualquer uma dessas outras.
Agora queria saber sua opinião sobre "Árido Movie", se não for pedir muito. :) Um abraço do
Luiz.
Fala Luiz... Pois é rapaz. Até respeito sua opinião sobre Brasília 18%, mas não consigo entender! :P
Sobre Árido Movie, vou ficar te devendo... ainda não tive a oportunidade de assistir ao filme. Já ouvi falar muito bem, será que vou bancar o chato novamente. :( Relaxa, que não sou tão xarope assim não! Vc gostou mesmo de Brasília 18%? Sério?! hehehe
Abração e seja muito bem-vindo!
Eu também gostei pra caramba de BRASÍLIA 18%. O filme flui que é uma beleza. Não é perfeito, mas é bom demais de ver.
Olá, entro pela primeira vez no seu blog e me deparo com sua crítica a respeito deste filme, que também não gostei, e não condiz com a obra desse diretor de primeira.Também critiquei no meu blog, mas rapaz, você chuta o pau da barraca, hein? hahaha
Eu não vi esse "Alerta – Brasília 18%", mas será que é pior que "Árido Movie" ?
bom comeco
Senhores, não sou crítico de cinema... admiro tal capacidade. Mas tomo a liberdade de lhes afirmar que esse filme está baseado em fatos reais. O diretor não quis revelar mas, comparem o caso dos anões do orçamento e do assessor do Senado...
Senhores, não sou crítico de cinema... admiro tal capacidade. Mas tomo a liberdade de lhes afirmar que esse filme está baseado em fatos reais. O diretor não quis revelar mas, comparem o caso dos anões do orçamento e do assessor do Senado...
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