13 de agosto de 2006

Bullitt


Dizia a lenda que Steve Mcqueen era o homem que toda mulher queria TER e todo homem queria SER. Exageros à parte, a assertiva tem fundamento. O cara não era exatamente bonito, mas tinha uma áurea que ia além daquilo que conhecemos como carisma. E um de seus personagens mais marcantes é o tenente Frank Bullitt, que destilou como ninguém seu estilo, meio retrô, pelas ruas de San Francisco. A postura de durão fez escola, mas nunca se repetiu com tanta personalidade.

Realizado em 1968, o filme até hoje impressiona pelas boas seqüências de ação e trama envolvente. No roteiro, baseado em livro de Robert L. Pike, Bullitt recebe a incumbência de dar proteção a um figurão que irá abrir o bico em um depoimento no Senado. No entanto, um atentado põe tudo a perde; ele, então, desconfia de algo e vai atrás da verdade.

Uma curiosidade é constatar como em plena San Francisco do final da década de 1960 as referências ao pulsante movimento hippie são mínimas. Uma banda psicodélica no happy hour, fusquinhas verdes que aparecem em meio às ladeiras californianas na famosa seqüência da perseguição e a decoração do escritório de Cathy, namorada do tenente. Melhor assim - Bullitt e seu mustang são um ataque conservador em meio a louca geração do Paz e Amor. Poucos obteriam êxito em uma proposta tão, digamos, reacionária. Mas estamos falando de Mcqueen e, no final das contas, o resultado foi tão bom que ninguém fez cara feia.

Bullitt é cinema de primeira realizado por um grupo de profissionais competentes. Na batuta, o excelente Peter Yates e no elenco gente do porte de Robert Vaughn, Don Gordon, Robert Duvall e Jaqueline Bisset. Não por acaso, foi um divisor de águas na história do cinema policial americano. A postura dos policiais virou referência e foi incorporada no modus operandi da corporação no lado de cá da tela. E quem se importa em imitar Mcqueen? Afinal ele é o homem que todos os outros queriam SER.

Ponto Alto: o uso de um negro como o melhor cirurgião do hospital. O ator em questão é Georg Sttanford Brown, amigo pessoal de Mcqueen.

Ponto Baixo: Bullitt tem de quebra uma namorada do porte de Jaqueline Bisset. Ela ainda faz o estilo descolada e é aquele deslumbre de beleza O problema é que o relacionamento é mal desenvolvido. A afinidade pareceu forçada.

OBS: estou torcendo para que o Bullitt de Wolfgang Petersen fique apenas na intenção.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

OI JUNIOR..
ANTES DE MAIS NADA ESSE FIME É MUITO BOM.
FIQUEI IMPRESSIONADO AO VER ESSA PRODUÇÃO DE 68 CONSEGUIR UMA ENORME QUALIDADE E CONTEMPORANEIDADE.
AQUELA PERSEGUIÇÃO EM SAN FRANCISCO, AQUEDITO QUE TENHA INPRESSIONADO POR DECADAS...
SÓ FALTOU STEVE TER HONRADO A SUA REPUTAÇÃO DE GALA E TER SIDO , DIGAMOS, MAIS ENVOLVENTE SEDENDO AO ROMANCE, AI SIM ESTARIA COMPLETO.

4:41 PM  
Anonymous Anônimo said...

Para conhecer melhor o Steve, é preciso assistir Papillon onde dá um show, um tour de fource cativante ao lado de Dustin.

9:18 AM  

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