A Casa do Cemitério
A definição de cineasta europeu barato se enquadra perfeitamente em Lucio Fulci. Mas o barato dele tem, e muita, qualidade, sem falar no estilo. Ele passeou pelos mais diversos gêneros e, apesar de ter feito boas coisas no Spaghetty Western, é pelos filmes de horror que é lembrado. Em A Casa do Cemitério, realizado em 1981, encontramos um bom exemplo do cinema de Fulci, apesar do resultado em questão ser um dos mais fracos do diretor.
Trama completamente absurda com situações que passam longe de qualquer traço de verossimilhança, mas compensadas por generosas doses de violência sem qualquer alívio e um clima de suspense magistral que impregna todo o filme. Na verdade, o fato da trama ser absurda não chega a ser um ponto negativo, ao contrário - nestas estórias sem pé nem cabeça em que tudo pode acontecer a imprevisibilidade acaba sendo um dos fatores que reforçam a situação de insegurança do espectador.
Neste A Casa do Cemitério a trama gira em torno do casal Boyle e seu filho Bob (Giovanni Frezza, que parece saído do set de A Guerra do Fogo, tal a grosseria dos traços do seu rosto) que por culpa de uma pesquisa acadêmica vão parar em uma casa em estilo vitoriano, nos arredores de Boston. A casa parece guardar um terrível segredo no porão, conforme comprova um incauto casal antes dos créditos iniciais. E guarda mesmo – vale lembrar que no passado, a mansão havia sido habitada pelo bizarro Dr. Freudstein, médico de métodos pouco convencionais. Há outros personagens como a babá Ann (Ania Pieroni), a fantasma-criança do bem e várias seqüências em que o sangue jorra aos montes. Mesmo com esse roteiro, o filme consegue se sustentar pelo estilo, sem falar naquele clima de suspense desconfortável construído com a precisão de um artesão.
Colaborador habitual do diretor, Giannetto de Rossi (famoso pela intensidade de sua obra, apesar de em alguns momentos deixar transparecer as limitações orçamentárias das produções) ficou com os efeitos especiais e maquiagem; a violência realmente é gráfica e intensa, sem cortes. Mas há cenas fracas como a morte da corretora de imóveis, no qual o furo feito no pescoço da vítima parece mudar de lugar na hora do sangramento. Tudo bem, em The Beyond há as indescritíveis aranhas de plástico. Quem gosta deste tipo de cinema não tem o direito de ficar reparando nestes detalhes; como é meu estilo favorito, então... Agora o decepcionante em A Casa do Cemitério é o monstro na resolução da trama. Figura tão ridícula que apesar do esforço de escatologia incessante não deixa de ser engraçado. Desapontou, pois comprometeu o suspense de toda a trama. Definitivamente não é um dos melhores filmes do mestre, mas garante a diversão. Afinal, é Lucio Fulci!
Ponto Alto: o destino de Bob é uma bela sacada.
Ponto Baixo: há o excelente uso de close nos olhos para mostrar o flerte entre o chefe da família e a babá. Entretanto, a situação nunca é desenvolvida!
Trama completamente absurda com situações que passam longe de qualquer traço de verossimilhança, mas compensadas por generosas doses de violência sem qualquer alívio e um clima de suspense magistral que impregna todo o filme. Na verdade, o fato da trama ser absurda não chega a ser um ponto negativo, ao contrário - nestas estórias sem pé nem cabeça em que tudo pode acontecer a imprevisibilidade acaba sendo um dos fatores que reforçam a situação de insegurança do espectador.
Neste A Casa do Cemitério a trama gira em torno do casal Boyle e seu filho Bob (Giovanni Frezza, que parece saído do set de A Guerra do Fogo, tal a grosseria dos traços do seu rosto) que por culpa de uma pesquisa acadêmica vão parar em uma casa em estilo vitoriano, nos arredores de Boston. A casa parece guardar um terrível segredo no porão, conforme comprova um incauto casal antes dos créditos iniciais. E guarda mesmo – vale lembrar que no passado, a mansão havia sido habitada pelo bizarro Dr. Freudstein, médico de métodos pouco convencionais. Há outros personagens como a babá Ann (Ania Pieroni), a fantasma-criança do bem e várias seqüências em que o sangue jorra aos montes. Mesmo com esse roteiro, o filme consegue se sustentar pelo estilo, sem falar naquele clima de suspense desconfortável construído com a precisão de um artesão.
Colaborador habitual do diretor, Giannetto de Rossi (famoso pela intensidade de sua obra, apesar de em alguns momentos deixar transparecer as limitações orçamentárias das produções) ficou com os efeitos especiais e maquiagem; a violência realmente é gráfica e intensa, sem cortes. Mas há cenas fracas como a morte da corretora de imóveis, no qual o furo feito no pescoço da vítima parece mudar de lugar na hora do sangramento. Tudo bem, em The Beyond há as indescritíveis aranhas de plástico. Quem gosta deste tipo de cinema não tem o direito de ficar reparando nestes detalhes; como é meu estilo favorito, então... Agora o decepcionante em A Casa do Cemitério é o monstro na resolução da trama. Figura tão ridícula que apesar do esforço de escatologia incessante não deixa de ser engraçado. Desapontou, pois comprometeu o suspense de toda a trama. Definitivamente não é um dos melhores filmes do mestre, mas garante a diversão. Afinal, é Lucio Fulci!
Ponto Alto: o destino de Bob é uma bela sacada.
Ponto Baixo: há o excelente uso de close nos olhos para mostrar o flerte entre o chefe da família e a babá. Entretanto, a situação nunca é desenvolvida!
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