Baise-Moi
A feminista francesa Simone de Beauvoir ficaria ruborizada com este libelo ao feminismo feito por suas conterrâneas em 2000. Produção independente européia, escrita, dirigida e estrelada por mulheres. Mulheres inteligentes e furiosas, diga-se de passagem. O filme foi até bem recebido em alguns festivais menos expressivos, mas a julgar pela agressividade da coisa, a recepção ficou aquém do esperado, o que jogou a produção no ostracismo. Injustiça, merecia melhor sorte. As interpretações são dignas de alunos do primário (todos os atores são péssimos), a fotografia em câmera digital não é nenhum primor e as cenas de violência são confusas. Mas Baise-Moi merece sim ser descoberto, uma vez que o saldo, apesar de tantos baixos, não é negativo.
Obra praticamente autoral de Virginie Despentes - escreveu o roteiro e dirigiu, em parceria com uma amiga - e, acredito eu, o cerne estava no conteúdo e não na forma, mas, se o projeto for lembrado algum dia, será pela agressividade das imagens, nunca pela mensagem. Manu (Raffaela Anderson) é uma imigrante (ou filha de imigrantes) que é estuprada, e se junta à belíssima prostitua Nadine (Karen Bach), para sair pela França fazendo valer uma justiça torta. Apesar de um roubo a uma mulher no início, as vítimas são mesmo os homens. E aí, é Deus nos acuda. Além da famosa seqüência em que um pervertido leva um tiro no ânus, uma cena chama a atenção: elas encontram dois rapazes e vão para o quarto de hotel, um é grosseiro e vai embora; as duas, então, dividem o mesmo garotão em uma inversão óbvia de papéis. Boa sacada, mas nada inovadora! No caso de Baise-Moi a inovação fica mesmo por conta do excesso de drogas, da violência desmedida e do sexo explícito.
As protagonistas, como já mencionado, são atrizes ruins. Mas é inegável que conferem autenticidade ao projeto. Raffaela Anderson e Karen Bach antes de se aventurarem aqui se dedicavam a filmes pornôs. Isto acaba sendo um ponto positivo, pois elas não passam da mais pura representação da submissão feminina. Ponto positivo para nossas queridas francesas. Detalhe – a charmosa Bach cometeu suicídio em 2005.
No final das contas, fica a sensação de que foi uma excelente idéia, mas conduzida de maneira um tanto equivocada. No Brasil, difícil encontrar quem tenha gostado do filme, já li e ouvi comentários que criticam desde detalhes (como o estupro com camisinha) à própria proposta do filme, mas é inegável que a coragem em abordar um tema tão complexo e de maneira tão ousada tenha causado alguma comoção. A propósito, Baise-Moi quer dizer foda-me. Nada mais apropriado!
Ponto Alto: como forma de alfinetar os homens, cenas do mais puro prazer fetichista. Confesso que cai como um patinho, pois ver a bela Nadine vestida apenas de lingerie, com discman preso na cinta-liga e brincando com sua pistola de mira laser é um prazer visual inegável.
Obra praticamente autoral de Virginie Despentes - escreveu o roteiro e dirigiu, em parceria com uma amiga - e, acredito eu, o cerne estava no conteúdo e não na forma, mas, se o projeto for lembrado algum dia, será pela agressividade das imagens, nunca pela mensagem. Manu (Raffaela Anderson) é uma imigrante (ou filha de imigrantes) que é estuprada, e se junta à belíssima prostitua Nadine (Karen Bach), para sair pela França fazendo valer uma justiça torta. Apesar de um roubo a uma mulher no início, as vítimas são mesmo os homens. E aí, é Deus nos acuda. Além da famosa seqüência em que um pervertido leva um tiro no ânus, uma cena chama a atenção: elas encontram dois rapazes e vão para o quarto de hotel, um é grosseiro e vai embora; as duas, então, dividem o mesmo garotão em uma inversão óbvia de papéis. Boa sacada, mas nada inovadora! No caso de Baise-Moi a inovação fica mesmo por conta do excesso de drogas, da violência desmedida e do sexo explícito.
As protagonistas, como já mencionado, são atrizes ruins. Mas é inegável que conferem autenticidade ao projeto. Raffaela Anderson e Karen Bach antes de se aventurarem aqui se dedicavam a filmes pornôs. Isto acaba sendo um ponto positivo, pois elas não passam da mais pura representação da submissão feminina. Ponto positivo para nossas queridas francesas. Detalhe – a charmosa Bach cometeu suicídio em 2005.
No final das contas, fica a sensação de que foi uma excelente idéia, mas conduzida de maneira um tanto equivocada. No Brasil, difícil encontrar quem tenha gostado do filme, já li e ouvi comentários que criticam desde detalhes (como o estupro com camisinha) à própria proposta do filme, mas é inegável que a coragem em abordar um tema tão complexo e de maneira tão ousada tenha causado alguma comoção. A propósito, Baise-Moi quer dizer foda-me. Nada mais apropriado!
Ponto Alto: como forma de alfinetar os homens, cenas do mais puro prazer fetichista. Confesso que cai como um patinho, pois ver a bela Nadine vestida apenas de lingerie, com discman preso na cinta-liga e brincando com sua pistola de mira laser é um prazer visual inegável.
Ponto Baixo: Despentes usou tantas vezes aquela retórica do homem ser movido pelos hormônios, não pensar nas conseqüências dos atos e blá-blá-blá, que realmente não soou convincente.
5 Comments:
Salvo engano,o Marcelo Carrard do 'Mondo Paura' gosta desse filme, eu ainda não conheço, mas fiquei interessado.
Meio amador em alguns momentos, mas vale a pena conferir.
Sumido hein, Eduardo?
Abraço
bem...
ao que me parece a sociedade aí no brasil é bem mais consevadora que na europa...
Este filme aponta em várias direcções a reflectir interessantes e importantes.
A tradução ddo título é completamente duvidosa, e aponta o espectador ir numa direcção que não é a real.
A análise psicológica às vítimas de abuso, de qualquer seja o tipo, e as reacções que manifestam em relação a este, a falta de protecção das vítimas, etc, levam a reacções de ódio, de alguma forma justificadas.
O cinema não é só o que se v~e mas aquilo que se auerer mostrar com isso ao mesmo tempo que é um retrato social.
Olha aí..olha aí! Comentário importado. Pois é Cat, ainda continuo achando que o filme será lembrado não pela mensagem, mas pela maneira inusitada de enviá-la. Realmente uma pena! Seja bem-vinda e sinta-se à vontade para mandar seus comentários.
Abraço
Eu nao topei nada da cena. ???
Estao a falar de que?
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