2 de novembro de 2006

Alerta: O Pagamento Final - Rumo ao Poder


Esse é bomba. Ninguém veja isso, pois o filme faz você ficar com raiva até de Brian De Palma e Al Pacino que realizaram o original em 1993. Não há muita coisa que se aproveite neste protótipo de filme de TV. Pensando bem, tirando o visual de alguns personagens, não há nada que se aproveite. A estória diz que é um prequel do bandido bacana Carlitos Brigante, idealizado pelo juiz Edwin Torres e que ganhou vida no bom O Pagamento Final. Este prequel é um emaranhado de clichês mal costurados de filmes de gângsteres. E o pior, sem estilo de tudo e com uma série de situações que parecem chupadas de sitcoms. Ruim de doer.

Jay Hernandez faz o papel de Brigante. Comparar com Pacino? Até acho o garoto esforçado e é inegável que tenha sua dose de carisma, mas aqui ele fica comedido, não se entrega. Parece que sentiu a responsabilidade de fazer um Pacino jovem e tentou levar no melhor estilo cool, mas não conseguiu. Ele aparece na cadeia e lá se junta a dois pilantras para dominar o comércio de heroína no Harlem. O negro Earl (Mario Van Peebles, na fase que vem depois da decadência) é bem articulado e mantém negócio mesmo dentro da prisão; o italiano Rocco (Michael Kelly) tem um fornecedor e só precisa do porto-riquenho pra distribuição, pois o submundo do Harlem está dividido entre as três “etnias”. Aí entra Brigante que parece ser um mero puxador de carros, mas tem moral na cadeia e, logicamente, é muito esperto.

No rol de personagens ridículos vamos aos prêmios. O quinto lugar vai para a namorada do protagonista, Letícia (Jaclyn de Santis). A menina é bonita, mas o envolvimento é tão forçado que os momentos entre os dois são constrangedores. Destaque para a cena em que Letícia chama Carlitos de mentiroso. A menina é ruim demais. Em quarto lugar não poderíamos deixar passar a presença imponente de nosso amigo Luis Guzmán em um papel de justiceiro sem maior importância. Parece que foi colocado no filme de última hora. Ele mesmo não leva a sério.

Quebrar o parágrafo para o terceiro lugar, que vai para o chefão italiano Artie Bottolota (Burt Young, pagando penitência). Ele faz um carcamano tão sem noção que acaba ficando engraçado/ridículo. A medalha de prata fica com Sean Combs, Puffy Daddy, no papel do chefão Hollywood Nicky. A entrada do cara com uma xícara de ouro e o comentário no bar depois de matar um desafeto são cenas que não possuem definição. Sem falar no visual bandido almofadinha.

Combs tinha tudo pra levar o ouro, mas não. O roteirista e diretor criou o insuperável Reggie (Mtume Gant), irmão de Earl. Ele é um negro ligado a movimentos sociais e que mantém distância dos negócios da “família”, mas com a saída do irmão dos negócios vai passar por um treinamento com Brigante no submundo do Harlem. Um dos personagens mais caricatos, ignorantes e insuportáveis da história do cinema. Desagradável é eufemismo. Detalhe para a cena em que faz um seqüestro meio tosco do filho de Bottolota. Sem falar que mal aparece e rapidamente toma lugar de destaque na trama. Demais isso!

O filme original não chega a ser uma obra-prima irretocável, mas é muito bacana e por isso merecia mais respeito!Quem cometeu tudo isso? Um tal de Michael Bregman, diretor e roteirista. Então quando ver este nome, fuja da armadilha.

Ponto Fraco: esqueça a relação com o anterior, pois ela simplesmente não existe. Qualquer referência ao filme original é feita de maneira errada!

3 Comments:

Blogger Juarez Junior said...

Passe mesmo Rodrigo...

11:02 AM  
Anonymous Anônimo said...

Juarez? O "bom" O PAGAMENTO FINAL? Que maneira de falar de um dos melhores filmes da década de 90!

Eu comprei a "prequel", mas ainda não vi. Já suspeitava ser bomba, mas estava R$ 10.

Abraço.

11:14 PM  
Blogger Juarez Junior said...

Bom foi meio fraquinho, né?. Economizei demais, culpa deste prequel... rs!
Abraço!

12:11 PM  

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