Garganta Profunda
Engraçado, inovador, divertido e sensual... Para este divisor de águas da história do cinema todos esses adjetivos são poucos. Gerard Damiano dirigiu o clássico absoluto do pornô em 1972 com dinheiro da máfia e o filme se tornou tão famoso que chegou a passar em cinemas convencionais. Feito no verão de Miami em apenas seis dias, o filme lançou Linda Lovelace para o estrelato e foi precursor de todo um conceito de comportamento, além de ter gerado uma verdadeira fortuna. Segundo o documentário Inside Deep Throat, lançado recentemente, Garganta Profunda é o filme mais rentável da história do cinema (custou 25 mil dólares e rendeu cerca de 600 milhões). Dinheiro que pelo jeito só foi para a família mafiosa Peraino, pois, segundo o documentário, a galera do filme não anda muito bem de grana.
É pra tudo isso? É sim, pode acreditar. Claro que a garotada de hoje vai achar a proposta da produção ingênua, pois não mostra nada que já não se tenha visto em qualquer filme adulto por aí. Alguns momentos, como beber coca-cola de maneira pouco convencional, continuam ousados, sem falar que tem fetiche pra todos os gostos, desde sexo com enfermeira até depilação. Mesmo assim é inegável que o filme de Damiano envelheceu com dignidade. Apesar da nova geração fazer cara feia, é fato que nenhuma menina do leste europeu de hoje em dia alia charme ao conhecimento do ofício como a rainha Lovelace. Alguns diziam que ela era engolidora de espadas em circo e que fez uma famosa cena com um cachorro pastor alemão antes da fama – boatos nunca comprovados. Agora os fatos, Linda (na época com 23 anos) recebeu apenas 1.250 dólares para participar de Garganta Profunda e foi “encaminhada” pelo maridão linha-dura Chuck Traynor, que depois de se separar de Lovelace, fez e casou-se com outra diva do pornô, Marilyn Chambers. Várias lendas e histórias surgiram depois, mas isto é papo pra outra hora.
Deep Throat começa com Lovelace passeando de carro por Miami, enquanto vão surgindo os créditos ao som de uma musiquinha tipo “funky”. Ela é apresentada como herself (olha a onda). Linda divide a casa com sua amiga Helen (a louca balzaquiana Dolly Sharp), a quem confidencia que apesar de gostar de sexo não consegue ouvir sinos tocando e ver foguetes no céu. Depois de uma estonteante orgia, mas sem sinos, Helen sugere que Linda vá procurar o psiquiatra Dr. Young (Harry Reems). O cara é maluco, mas identifica que o clitóris da paciente está na garganta. Com a descoberta, ela parte para uma nova empreitada sexual, o primeiro “cobaia’ é o próprio Dr. Young. Sinos e foguetes!!! A garota fica tão empolgada que diz que quer se casar com o psiquiatra, mas ele sugere a ela que seja uma espécie de fisioterapeuta-enfermeira para tratamentos heterodoxos. Enquanto faz sexo com outra bela enfermeira (a angelical Carol Connors), o doutor vai gravando os relatórios dos pacientes tratados por Lovelace. E é só isso, até que com pouquinho mais de 60 minutos surge o “The End” na tela completado por um “and deep throat to you all”.
Mas o filme é bacana e tão anárquico em sua proposta que chega a ser, acima de tudo, divertido. Em uma época que o sexo oral era ainda uma espécie de tabu, inegável que uma produção saída do nicho pornô tenha criado um conceito e aberto o caminho para o hedonismo que marcou os EUA na década de 1970. Na época em que o pornô era realmente transgressor e tinha estilo não apenas uma formalidade financeira. Não é a imitação do conceito de uma época, mas um estilo em sua essência sendo exposto em sua própria época. Deep Throat é pornô pra ser visto com nostalgia e, o melhor, sem o uso do forward.
Ponto Alto: a trilha sonora é alucinante. Boa demais!
Ponto Baixo: observação boba, mas senti falta de uma maior exploração da nudez propriamente dita de Lovelace.
OBS: difícil encontrar a trilha sonora; quem tiver alguma coisa mande um e-mail!
É pra tudo isso? É sim, pode acreditar. Claro que a garotada de hoje vai achar a proposta da produção ingênua, pois não mostra nada que já não se tenha visto em qualquer filme adulto por aí. Alguns momentos, como beber coca-cola de maneira pouco convencional, continuam ousados, sem falar que tem fetiche pra todos os gostos, desde sexo com enfermeira até depilação. Mesmo assim é inegável que o filme de Damiano envelheceu com dignidade. Apesar da nova geração fazer cara feia, é fato que nenhuma menina do leste europeu de hoje em dia alia charme ao conhecimento do ofício como a rainha Lovelace. Alguns diziam que ela era engolidora de espadas em circo e que fez uma famosa cena com um cachorro pastor alemão antes da fama – boatos nunca comprovados. Agora os fatos, Linda (na época com 23 anos) recebeu apenas 1.250 dólares para participar de Garganta Profunda e foi “encaminhada” pelo maridão linha-dura Chuck Traynor, que depois de se separar de Lovelace, fez e casou-se com outra diva do pornô, Marilyn Chambers. Várias lendas e histórias surgiram depois, mas isto é papo pra outra hora.
Deep Throat começa com Lovelace passeando de carro por Miami, enquanto vão surgindo os créditos ao som de uma musiquinha tipo “funky”. Ela é apresentada como herself (olha a onda). Linda divide a casa com sua amiga Helen (a louca balzaquiana Dolly Sharp), a quem confidencia que apesar de gostar de sexo não consegue ouvir sinos tocando e ver foguetes no céu. Depois de uma estonteante orgia, mas sem sinos, Helen sugere que Linda vá procurar o psiquiatra Dr. Young (Harry Reems). O cara é maluco, mas identifica que o clitóris da paciente está na garganta. Com a descoberta, ela parte para uma nova empreitada sexual, o primeiro “cobaia’ é o próprio Dr. Young. Sinos e foguetes!!! A garota fica tão empolgada que diz que quer se casar com o psiquiatra, mas ele sugere a ela que seja uma espécie de fisioterapeuta-enfermeira para tratamentos heterodoxos. Enquanto faz sexo com outra bela enfermeira (a angelical Carol Connors), o doutor vai gravando os relatórios dos pacientes tratados por Lovelace. E é só isso, até que com pouquinho mais de 60 minutos surge o “The End” na tela completado por um “and deep throat to you all”.
Mas o filme é bacana e tão anárquico em sua proposta que chega a ser, acima de tudo, divertido. Em uma época que o sexo oral era ainda uma espécie de tabu, inegável que uma produção saída do nicho pornô tenha criado um conceito e aberto o caminho para o hedonismo que marcou os EUA na década de 1970. Na época em que o pornô era realmente transgressor e tinha estilo não apenas uma formalidade financeira. Não é a imitação do conceito de uma época, mas um estilo em sua essência sendo exposto em sua própria época. Deep Throat é pornô pra ser visto com nostalgia e, o melhor, sem o uso do forward.
Ponto Alto: a trilha sonora é alucinante. Boa demais!
Ponto Baixo: observação boba, mas senti falta de uma maior exploração da nudez propriamente dita de Lovelace.
OBS: difícil encontrar a trilha sonora; quem tiver alguma coisa mande um e-mail!
3 Comments:
Juarez, eu vi esse filme antes de completar a maioridade, escondido dos meus pais. Nunca mais me esqueci da trilha sonora (como você mesmo disse: sensacional!) e da Lovelace. Aquilo ficou tão marcado na minha memória que logo depois ouvi falar de O Império dos Sentidos, outro épico da pornografia, e fui correr atrás nas locadoras. Meu primo mais velho que alugou para mim.
P.S: Quanto a seu comentário no The Cave, recentemente vi Pó Branco em VHS numa locadora aqui perto de casa. Estou pensando em revê-lo, pois já faz tempo que o assisti (ele passava na antiga Sessão das Dez, no SBT, no tempo em que o filme começava mesmo quase meia-noite). Abraços do crítico da caverna.
Grande Roberto! Nunca tinha visto o filme antes... Muito bacana, né?!
Pó Branco é marco daquele cinemão oitentista, né? Lembro de algumas cenas. Coisa fina!
Clássico pornô americano e setentista extremamente gostoso e excitante apesar de sua finada atriz principal Linda Lovelace ter infelizmente se tornado uma megera e uma vadia feminazi e misandríaca como a maioria das mulheres e atrizes estadounidenses sempre foram e sempre serão para azar absoluto de todas elas sem exceção.
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