13 de janeiro de 2007

Quando Éramos Reis


Zaire, 1974. Depois de perder o título dos pesos pesados por se negar a participar da Guerra do Vietnã e ficar sem três anos sem lutar (e da derrota para Joe Frazier), Muhammad Ali tinha a chance de redenção diante do fenômeno George Foreman. No comando deste embate histórico, Don King – um ex-presidiário e malandro que citava Shakespeare. Muhammad estava com mais de 30 anos e ia enfrentar um monstro na concepção da palavra. Foreman, no auge da forma física, massacrava seus adversários no início das lutas. Tanto que Ali comentou que o adversário só deveria saber contar até dois e fez uso dessa brincadeira para derrotá-lo. Pois bem, toda a história desta saga está resumida no excelente documentário Quando éramos Reis, direção de Leon Gast. Ganhou vários prêmios, salvo engano papou até o Oscar em 1997.

Sou meio suspeito pra falar, pois, na minha opinião, Ali é o maior esportista que já pisou nesta terra. Não só por ter sido um assombro no ringue, mas principalmente pelo ativismo político. Fanfarrão, arrogante, dava entrevistas com rimas que o exaltavam (alguém aí atrás disse rap?) e um dos primeiros negros a ter representação e agir orgulhosamente como negro, praticamente personificou o black is beautiful.

Nascido pobre na segregada cidade sulista de Louisville em Kentucky sentiu o racismo desde cedo e é emblemática a história em que jogou fora a medalha de ouro conquistada nas olimpíadas de Roma, em 1960. Campeão mundial aos 22 anos ao derrotar Sonny Liston. No dia seguinte ao feito, abandonou o nome de Cassius Clay e exigiu ser chamado por Muhammad (merecedor de todos os elogios) Ali (o melhor). Na verdade, foi influenciado por Elijah Muhammad. Segundo o radical segmento do Islã representado por Elijah, os homens brancos foram criados pelo cientista maluco Yacub, na ilha de Patmos (é sério isso!). Mesmo com tanta extravagância, Ali tornou-se um símbolo na luta contra o racismo nos EUA do porte de Martin Luther King e Malcom X.

Entretanto, é melhor voltar ao documentário. Além de toda a agitação com a chegada de Ali e Foreman- este chegou com um cachorro e representou, digamos, o homem branco, apesar de também ser negro. As pessoas gritando Ali Bumaye, a euforia nas ruas da pobre cidade africana. Vemos um pouco dos preparativos, Foreman era realmente um colosso. Descobrimos a estratégia usada por Ali, como um golpe desestabilizador no início da luta que irritou Foreman e o fez usar muita força. A queda do monstro no oitavo assalto mostrada em vários (para a época) ângulos. Os comentários de negros famosos como James Brown e BB King. Um filme a altura de Muhammad Ali. Um marco do nosso tempo!

Ponto Alto: Nos treinamentos, Foreman testando sua direita assombrosa.

Ponto Baixo: Por que o filme era apenas sobre uma luta? Imagine um documentário sobre a luta de Ali com Frazier em Manila.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Um filme impressionante por suas imagens (principalmente para aqueles que são fãs de boxe). Narra de forma bastante envolvente talvez o maior do duelo da história desse esporte em todo o mundo. Assisti a muito tempo atrás em VHS (eu ainda não tinha DVD nessa época), mas quero muito ver a edição em DVD, com os extras.

P.S: Crítica da semana em Claquete (http://claque-te.blogspot.com): Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton e Valerie Faris.

Abraços do crítico da caverna.

10:10 AM  
Anonymous Anônimo said...

Tenho tentado achar esse filme, tanto em VHS como em DVD, só que não encontro nem na minha cidade, muito menos aqui pela Net!!!

Se alguém souber de alguma loja da net que venda, por favor me fale!!!

Tenho muita vontade de assistir a esse filme!!!!

Forte abraço a tod@S!!

2:02 AM  
Anonymous Jorge said...

Postagem antiga, mas . . .

Assisti o doc e queria saber se vc entendeu a parte q diz q ele foi a um fetichista que lhe disse
que a mulher com as mãos tremendo
de alguma maneira chegará a Foreman . . . e durante a luta quando ele meio q voltou ao combate, lembraram dessas palavras. Eu pessoalmente naum entendi. Alguem entendeu ? ? ?

3:31 AM  
Anonymous Anônimo said...

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