5 de maio de 2009

The Wizard of Gore


Herschell Gordon Lewis, com toda a sua tosquice, é realmente um visionário do cinema extremo. Como uma espécie de Jess Franco do novo continente, o cineasta norte-americano compensava os recursos paupérrimos com uma criatividade emocionante. E neste The Wizard of Gore temos um exemplo palpável desta invencionice. O clima nostálgico e a violência gráfica ainda são capazes de angustiar os “escaldados” espectadores modernos. A canastrice do mágico Montag (Ray Sager), a trama cartunesca, as insinuações sexuais e a violência explícita formam uma sugestiva mistura de filmes ao estilo da produtora inglesa Hammer com produções explotations.

Na trama, um mágico consegue fazer truques sangrentos com voluntárias da platéia que depois acabam morrendo com as mesmas seqüelas dos truques apresentados no palco, o que levanta a curiosidade de um casal de jornalistas. Na verdade, Sherry (Judy Cler) quer levar o mágico ao seu programa de televisão, enquanto Jack (Wayne Ratay) é um repórter esportivo que desconfia da violência do mágico desde o início. No caso de The Wizard of Gore, Herschell Gordon parece um hippie (em tons pastéis, é claro) fazendo aquele cinema maniqueísta, bem ao gosto da máquina republicana americana. E o melhor é que, com exceção da inegável ação do tempo em certas passagens, o resultado é pra lá de satisfatório.

Ponto Alto: a resolução da trama justifica um pouco os truques de vai-e-vem nos momentos dos sangrentos truques. Sem falar que é uma solução, no mínimo, interessante.

Ponto Baixo: a improvável cena final é uma das coisas mais ridículas que já tive a oportunidade de acompanhar.

1 Comments:

Anonymous demonarch said...

O interessante é HG Lewis, hoje publicitário influente, brada irado contra as malandragens que consomem o mundo do marketing, mas oferta os titulos de seus filmes, lançados pela 'something weird' ao fim de cada palestra que dá.

10:14 PM  

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