Amargo Pesadelo
O talentoso diretor franco-argentino Gaspar Noé diz que buscou inspiração em Amargo Pesadelo pra realizar a cena do estupro de Monica Bellucci em Irreversível. É por essas e outras recordações, que o filme, dirigido por John Boorman em 1972, é um marco para toda uma geração. Mainstream por excelência, Amargo Pesadelo arrancou suspiros na época do lançamento pela originalidade em optar por uma temática que antes era restrita a produções independentes. Hollywood poucas vezes foi tão ousada.
Com elenco afiado e direção competente, Amargo Pesadelo é um dos filmes mais bacanas dos anos 70. Logicamente a áurea transgressora é a principal responsável pelo legado da produção. Apesar disso, o resultado visto somente pelo canal do entretenimento é bem satisfatório. A produção é extremamente bem cuidada. Uma aventura simples, contando com um belíssimo cenário, atuações na medida certa e uma edição ágil e eficiente. Tinha tudo para dar certo. E deu!
Baseado no livro de James Dickey, a trama gira em torno de quatro amigos da cidade que aproveitam para descer o rio Cahulawassee, no estado americano da Geórgia. É uma oportunidade única para entrar em contato com a natureza, uma vez que a área se transformará em uma represa para a construção de uma hidrelétrica.
O grupo, comandado pelo durão Lewis Medlock (Burt Reynolds), vai enfrentar não só os perigos de um rio raivoso, mas a fúria da natureza em sua essência mais brutal. É no momento em que Ed Gentry (Jon Voight) e Bob Trippe (Ned Beatty) se separam dos outros dois que a força da natureza vem à tona. A revolta maldosa é personificada por dois rednecks feiosos. Eles subjugam os amigos e acabam estuprando Trippe, em cena marcante. A solução para o caso sai do controle. As coisas se complicam; os amigos terão que continuar a descer o rio, agora por uma questão de sobrevivência.
A dialética da produção é a ecologia mesmo. A ambição urbana invadindo o espaço da natureza e a vingança desta. É lógico que os protagonistas terão de usar da força bruta e de instrumentos rústicos como o arco e flecha (se bem que a arma é bem modernosa) para fazer valer a lei do mais forte. O clima, ironicamente, é de claustrofobia. Eles estão sufocados pela paisagem exuberante, mas opressora e desconfortável. A fotografia realça a dimensão ridícula do homem perto da força do espetáculo natural.
O ser humano pode dominar os meios, mas é impotente diante da natureza em sua forma primitiva. Uma proposta assim soa vencida nos dias de hoje, mas no começo de 1970, poucos segmentos da sociedade tinham consciência ecológica. A lei era sugar ao máximo sem se preocupar com nada. O filme precisou ser transgressor e explícito pra alertar sobre os perigos indiscriminados do abuso dos recursos naturais.
Mesmo com a diversão e a mensagem politicamente correta, não são as belas paisagens naturais que levaram o filme pra posteridade. O diferencial de Amargo Pesadelo vai mesmo em sua brutalidade e a agressividade. A cena do estupro foi cortada nos cinemas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. O baixinho Beatty, muito bem em sua estréia no cinema, sofre a humilhação com a angústia e a incerteza de quem não sabe se aquela situação é real. Um sadismo assustador e que até hoje serve de referência. Seja pelo convencional ou alternativo, Amargo Pesadelo é cinema de primeira. Indispensável.
Ponto Alto: o duelo de banjos (violão e banjo, na verdade) entre o menino deficiente e Drew (Ronny Cox). Antológico.
Ponto Baixo: o desfecho não é lá muito previsível, mas compromete a proposta ideológica levantada pela produção.
Com elenco afiado e direção competente, Amargo Pesadelo é um dos filmes mais bacanas dos anos 70. Logicamente a áurea transgressora é a principal responsável pelo legado da produção. Apesar disso, o resultado visto somente pelo canal do entretenimento é bem satisfatório. A produção é extremamente bem cuidada. Uma aventura simples, contando com um belíssimo cenário, atuações na medida certa e uma edição ágil e eficiente. Tinha tudo para dar certo. E deu!
Baseado no livro de James Dickey, a trama gira em torno de quatro amigos da cidade que aproveitam para descer o rio Cahulawassee, no estado americano da Geórgia. É uma oportunidade única para entrar em contato com a natureza, uma vez que a área se transformará em uma represa para a construção de uma hidrelétrica.
O grupo, comandado pelo durão Lewis Medlock (Burt Reynolds), vai enfrentar não só os perigos de um rio raivoso, mas a fúria da natureza em sua essência mais brutal. É no momento em que Ed Gentry (Jon Voight) e Bob Trippe (Ned Beatty) se separam dos outros dois que a força da natureza vem à tona. A revolta maldosa é personificada por dois rednecks feiosos. Eles subjugam os amigos e acabam estuprando Trippe, em cena marcante. A solução para o caso sai do controle. As coisas se complicam; os amigos terão que continuar a descer o rio, agora por uma questão de sobrevivência.
A dialética da produção é a ecologia mesmo. A ambição urbana invadindo o espaço da natureza e a vingança desta. É lógico que os protagonistas terão de usar da força bruta e de instrumentos rústicos como o arco e flecha (se bem que a arma é bem modernosa) para fazer valer a lei do mais forte. O clima, ironicamente, é de claustrofobia. Eles estão sufocados pela paisagem exuberante, mas opressora e desconfortável. A fotografia realça a dimensão ridícula do homem perto da força do espetáculo natural.
O ser humano pode dominar os meios, mas é impotente diante da natureza em sua forma primitiva. Uma proposta assim soa vencida nos dias de hoje, mas no começo de 1970, poucos segmentos da sociedade tinham consciência ecológica. A lei era sugar ao máximo sem se preocupar com nada. O filme precisou ser transgressor e explícito pra alertar sobre os perigos indiscriminados do abuso dos recursos naturais.
Mesmo com a diversão e a mensagem politicamente correta, não são as belas paisagens naturais que levaram o filme pra posteridade. O diferencial de Amargo Pesadelo vai mesmo em sua brutalidade e a agressividade. A cena do estupro foi cortada nos cinemas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. O baixinho Beatty, muito bem em sua estréia no cinema, sofre a humilhação com a angústia e a incerteza de quem não sabe se aquela situação é real. Um sadismo assustador e que até hoje serve de referência. Seja pelo convencional ou alternativo, Amargo Pesadelo é cinema de primeira. Indispensável.
Ponto Alto: o duelo de banjos (violão e banjo, na verdade) entre o menino deficiente e Drew (Ronny Cox). Antológico.
Ponto Baixo: o desfecho não é lá muito previsível, mas compromete a proposta ideológica levantada pela produção.
9 Comments:
Caro amigo Juarez,
Do glorioso Planalto Central brasileiro também se respira muito cinema. Gostei do blog, vou voltar bastante e também botar nos favoritos. O único filme do Carlo Mpssy que não vi foi este ÓDIO. Já vi todos os outros, tem coisas que gosto (CALÇAS NA MÃO), mas prefiro ele como produtor ou ator. Mas mesmo assim queria muito ver esse filme. Abraços !
Diga lá, Juarez. Thanx pela visita ao meu blogo. Vou te adicionar, claro. Passe por lá, quando dispuser de tempo. Abraços
Olá Matheus e Walner. Fico feliz demais pela atenção de vcs. Acompanho mesmo o trabalho de ambos e agora sei que a interação será bem melhor.
Valeu pela força!!!
Gostei muito do Pipoca de Sal.
Mais da pipoca do que do sal.
Sabe...queria ver aqui (ler)
sobre outros filmes.
Ah...anônimo não.
Sou a Yra doce.
Vejamos se acero agora.
Vamos lá.
Afffe.....
Corrigindo: ...se acerto agora.
Ah...acertei.!
Anônimo de novo?
Peter Jackson junto com Harvey Weinstein é o maior estuprador e pedófilo de Hollywood em todos os tempos.
Meu tio avô materno Mirtes Carvalho que por motivos óbvios eu não considero mais meu parente e que mora sozinho num casebre de dois andares no início da Rua 47 no Jardim Atlântico na Região dos Lagos é o maior estuprador e pedófilo de Itaipuaçu também.
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