21 de outubro de 2014

O Lobo de Wall Street

Em uma época que o Brasil vive uma onda pra lá de reacionária assistir a O Lobo de Wall Street foi uma experiência única. O final do filme, no qual o protagonista solicita a um dos espectadores de sua palestra motivacional pra lhe vender uma caneta é sublime. O foco sobe  para o público da plateia (dentro do filme) embasbacado e impassiva. Completamente idiota e sugestionável!  Quem chama o personagem é o próprio Belfort. Final, na minha humilde opinião, apoteótico. Sem exageros pessoais, mas só tive sensação parecida quando terminei de ler O Som e a Fúria de Faulkner.

Belfort, um cara que enriqueceu fodendo a vida dos outros, mas virou "mito" por ter ficado muitoooo rico. Passou a maior parte da vida chapado e apesar de inteligente demais (principalmente na arte de persuadir, enganar, trapacear...), foi alvo dos próprios excessos. Bem que seu pai lhe avisou, ao menos pelo que vemos no filme. Sempre achei Scorsese superestimado, mas, como diria Nelson Rodrigues, envelhecer é fundamental. Filme espetacular, pena que muitos coxinhas brasileiros vão achar ou que Jordan Belfort é um exemplo de prosperidade ou que o filme pegou pesado demais no sexo e nas drogas. Azar e burrice deles.

Ponto alto1: DiCaprio é genial demais, parece não ter limites.
Ponto Alto2: O filme tem cenas engraçadas demais e não é só por causa dos tiros certeiros do sempre afiado e divertidíssimo Johan Hill.

Ponto Baixo: Rob Reiner nos faz rir por trás das câmeras. Entretanto, aqui, como pai do personagem de DiCaprio, seu esforço bonachão foi um ponto fora da curva.