O Franco-Atirador

Este filme é bom pra CARALHO. Desculpe a grosseria inicial, mas este pequeno épico intimista assinado por Michael Cimino me deixou eufórico. Um filme pesado, mas muito bem conduzido e que propõe uma visão antibelicista, no mínimo, engenhosa. Sem falar em um elenco de causar comoção em qualquer pessoa. Pois bem, reza a lenda que após o sucesso do filme (laureado de todas as formas) Cimino se lançou em um projeto que simplesmente quebrou a United Artist – o faroeste cabeça Portal do Paraíso. Hoje gente considera cult, mas não posso emitir qualquer juízo de valor, pois nunca o vi. Mas o assunto aqui é outro e que parece bem mais unânime.
O roteiro é de autoria do próprio Cimino em parceria com Deric Washburn, e, segundo consta, foi inspirado em escritos de um veterano alemão da 1° Guerra Mundial. Em O Franco-Atirador, realizado em 1978, temos um grupo de amigos descendentes de russos (ou ucranianos, isso não fica bem certo), moradores de uma pequena cidade na Pensilvânia e dividem o tempo entre o trabalho em uma siderúrgica, a bebedeira e a caça de veados nas belas montanhas geladas que cercam o lugar. A turma é formada pelos irmão Michael (Robert De Niro) e Nick (Christopher Walken) e pelos amigos Steven (John Savage), Stanley (John Cazale), John (George Dzundza) e Axel (Chuck Aspegren). Michael, Steven e Nick estão de viagem marcada para defender o país na Guerra do Vietnã. Porém, antes da guerra, há o casamento de Steven com cerimônia realizada em uma igreja ortodoxa e comemorada em uma festa pra lá de animada – são seqüências de uma plasticidade incrível. No meio da bebedeira, os três futuros combatentes demonstram a ansiedade e a incerteza gerada pelo desafio que está por vir. Completando o bafão, Linda (Meryl Streep), namorada de Nick, e cortejada pelo cunhado Michael. Sei que parece putaria barata, mas a coisa vai bem além do desejo carnal.
Na guerra, os três são capturados e obrigados a “brincar” de roleta russa para divertimento dos inimigos. Um trauma que cada um encara de maneira diferente. A roleta russa (um tiro só pra matar a caça) é o que vai pontuar toda a trama daí por diante. Uma guerra que deixou seqüelas não só para quem a enfrentou. Poderia soar piegas, mas não é isso o que acontece. Não sei se a reação mais habitual, mas eu realmente me emocionei - sorri nos momentos felizes (o encontro de Michael com os amigos depois da guerra) e os olhos marejaram nas cenas mais intensas.
Visualmente o filme também é um assombro – as montanhas da Pensilvânia ou as próprias cenas internas são retratadas com uma sensibilidade assombrosa. A música faz aquele estilo épico marcando época – exatamente o que aconteceu. Sem falar da ambigüidade sobre o conceito de nação e as mais variadas alegorias para a roleta russa; interpretações variadas e difusas mas todas enaltecendo virtudes nobres. O filme decididamente não é fácil, mas merece toda a atenção. Indispensável.
Ponto Alto: o sensível personagem John, interpretado por George Dzundza. Mesmo diante de um elenco de monstros (alguns só vieram a se consagrar a posteriori) e em um papel menor, ele se sobressai.
Ponto Baixo: as cenas das batalhas na Guerra ficam aquém do restante da obra.
O roteiro é de autoria do próprio Cimino em parceria com Deric Washburn, e, segundo consta, foi inspirado em escritos de um veterano alemão da 1° Guerra Mundial. Em O Franco-Atirador, realizado em 1978, temos um grupo de amigos descendentes de russos (ou ucranianos, isso não fica bem certo), moradores de uma pequena cidade na Pensilvânia e dividem o tempo entre o trabalho em uma siderúrgica, a bebedeira e a caça de veados nas belas montanhas geladas que cercam o lugar. A turma é formada pelos irmão Michael (Robert De Niro) e Nick (Christopher Walken) e pelos amigos Steven (John Savage), Stanley (John Cazale), John (George Dzundza) e Axel (Chuck Aspegren). Michael, Steven e Nick estão de viagem marcada para defender o país na Guerra do Vietnã. Porém, antes da guerra, há o casamento de Steven com cerimônia realizada em uma igreja ortodoxa e comemorada em uma festa pra lá de animada – são seqüências de uma plasticidade incrível. No meio da bebedeira, os três futuros combatentes demonstram a ansiedade e a incerteza gerada pelo desafio que está por vir. Completando o bafão, Linda (Meryl Streep), namorada de Nick, e cortejada pelo cunhado Michael. Sei que parece putaria barata, mas a coisa vai bem além do desejo carnal.
Na guerra, os três são capturados e obrigados a “brincar” de roleta russa para divertimento dos inimigos. Um trauma que cada um encara de maneira diferente. A roleta russa (um tiro só pra matar a caça) é o que vai pontuar toda a trama daí por diante. Uma guerra que deixou seqüelas não só para quem a enfrentou. Poderia soar piegas, mas não é isso o que acontece. Não sei se a reação mais habitual, mas eu realmente me emocionei - sorri nos momentos felizes (o encontro de Michael com os amigos depois da guerra) e os olhos marejaram nas cenas mais intensas.
Visualmente o filme também é um assombro – as montanhas da Pensilvânia ou as próprias cenas internas são retratadas com uma sensibilidade assombrosa. A música faz aquele estilo épico marcando época – exatamente o que aconteceu. Sem falar da ambigüidade sobre o conceito de nação e as mais variadas alegorias para a roleta russa; interpretações variadas e difusas mas todas enaltecendo virtudes nobres. O filme decididamente não é fácil, mas merece toda a atenção. Indispensável.
Ponto Alto: o sensível personagem John, interpretado por George Dzundza. Mesmo diante de um elenco de monstros (alguns só vieram a se consagrar a posteriori) e em um papel menor, ele se sobressai.
Ponto Baixo: as cenas das batalhas na Guerra ficam aquém do restante da obra.