Halloween

Tudo bem que a irregularidade é uma característica dos filmes de Rob Zombie, pois ele não tem lá muita mão pra criar roteiros ou gerar momentos de tensão; entretanto, em termos de estilo e ousadia, suas produções são ímpares. Neste Halloween, a cena iniciada por Love Hurts do Nazareth é uma das coisas mais ousadas e estilosas que vi no cinema mainstream nos últimos tempos. Para mostrar uma criança iniciando uma carnificina violentíssima no renascimento de um ícone pop tem de ser, no mínimo, atrevido. O problema é que, após um momento tão marcante, há a infeliz seqüência do garoto no internato, com uma tentativa confusa de tentar ilustrar o mal – edição remontando a um dos trabalhos anteriores do cineasta: A Casa dos 1000 Corpos. Entretanto, depois do tédio pretensioso, o menino ataca uma enfermeira e aí todo o talento do cineasta ressurge. E é com esses momentos díspares que Zombie reconta a estória de Michael Myers, personagem criado por John Carpenter nos saudosos anos 1970.
O filme de Zombie cai bastante depois que Myers cresce (e muito, vira um gigante), foge do internato e volta para a pequena Haddonfield a fim de terminar um serviço que começou quando criança. O tema batido e a falta de tato em gerar aflição no espectador não ajudam muito. Em compensação, as cenas violentas seguem visualmente impecáveis. No elenco, destaque para a musa Sheri Moon e William Forsythe, como um padrasto nada afetivo, sem falar nas pontas de Ken Foree, Bill Moseley e Danny Trejo.
Parênteses para Malcolm Mcdowell como o Dr. Loomis. Mcdowell mais uma vez insiste em dar provas de que não soube envelhecer. O ator genial de Calígula e Laranja Mecânica foi a personificação do rolling-stone-way-of-life no cinema – olhos esbugalhados, gesticulação frenética e uma marcante áurea junkie; além, é claro, do inegável talento. Sei lá por que cargas d’água, mas o cara nunca mais repetiu aquelas atuações e foi escolhendo papéis com dedo podre – chegando ao cúmulo de participar daquelas produções softcores ridículas que a Band não cansa de reprisar nas sextas sexies da vida. Neste Halloween, o ator dá mais uma prova de que seu estilo não resistiu ao tempo. No universo dark e cabeludo de Zombie, o personagem do psiquiatra, deslocado e ofegante, virou uma mera caricatura.
É fato que, feitas as contas, o Halloween de Zombie paira acima do lugar comum do cinema americano. Entretanto, a fragilidade do argumento e outra série de defeitos (o que é aquele calabouço edwoodiano no qual Myers aprisiona sua irmã?) trouxeram muitas críticas negativas e o filme ficou marcado como um caça-níquel sem atrativos. Não concordo com esta opinião; pois, a despeito de tudo, se não pelo conjunto da obra, gostei de Halloween pelas sangrentas seqüências do massacre inicial e do desfecho.
Ponto Alto: Zombie selecionou bem o casting feminino e foi extremamente generoso nas cenas de nudez. Ponto pra ele.
Ponto Baixo: a protagonista Scout Taylor-Compton dá uma melhorada no duelo final, mas levou o filme todo no piloto automático com aquela carinha de atriz dos seriados de Aaron Spelling.
O filme de Zombie cai bastante depois que Myers cresce (e muito, vira um gigante), foge do internato e volta para a pequena Haddonfield a fim de terminar um serviço que começou quando criança. O tema batido e a falta de tato em gerar aflição no espectador não ajudam muito. Em compensação, as cenas violentas seguem visualmente impecáveis. No elenco, destaque para a musa Sheri Moon e William Forsythe, como um padrasto nada afetivo, sem falar nas pontas de Ken Foree, Bill Moseley e Danny Trejo.
Parênteses para Malcolm Mcdowell como o Dr. Loomis. Mcdowell mais uma vez insiste em dar provas de que não soube envelhecer. O ator genial de Calígula e Laranja Mecânica foi a personificação do rolling-stone-way-of-life no cinema – olhos esbugalhados, gesticulação frenética e uma marcante áurea junkie; além, é claro, do inegável talento. Sei lá por que cargas d’água, mas o cara nunca mais repetiu aquelas atuações e foi escolhendo papéis com dedo podre – chegando ao cúmulo de participar daquelas produções softcores ridículas que a Band não cansa de reprisar nas sextas sexies da vida. Neste Halloween, o ator dá mais uma prova de que seu estilo não resistiu ao tempo. No universo dark e cabeludo de Zombie, o personagem do psiquiatra, deslocado e ofegante, virou uma mera caricatura.
É fato que, feitas as contas, o Halloween de Zombie paira acima do lugar comum do cinema americano. Entretanto, a fragilidade do argumento e outra série de defeitos (o que é aquele calabouço edwoodiano no qual Myers aprisiona sua irmã?) trouxeram muitas críticas negativas e o filme ficou marcado como um caça-níquel sem atrativos. Não concordo com esta opinião; pois, a despeito de tudo, se não pelo conjunto da obra, gostei de Halloween pelas sangrentas seqüências do massacre inicial e do desfecho.
Ponto Alto: Zombie selecionou bem o casting feminino e foi extremamente generoso nas cenas de nudez. Ponto pra ele.
Ponto Baixo: a protagonista Scout Taylor-Compton dá uma melhorada no duelo final, mas levou o filme todo no piloto automático com aquela carinha de atriz dos seriados de Aaron Spelling.